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Na semana passada, um vídeo divulgado pelo Instituto
Butantan viralizou nas redes sociais. Era uma reunião da
cúpula da instituição para receber os dados revisados de
eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo órgão
em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em dezembro passado, o Butantan havia previsto esclarecer os
dados sobre o amplo estudo de Fase 3 do imunizante.
Mas, decidiu recuar, depois de detectadas divergências
entre os números da vacina com voluntários brasileiros e
os de outros países.
Como a questão está politizada, o que é um ajuste técnico e científico — segundo as fontes oficiais — acaba tendo
grande repercussão, reverberada por quem torce contra o
imunizante do Butatan, por questões políticas, ideológicas
ou até de sanidade mental. O vídeo embalou uma celebração histórica de pesquisadores envolvidos no desenvolvimento de um imunizante em tempo recorde. No material multimídia, os cientistas e técnicos comemoram quando um pesquisador anuncia as taxas de eficácia — 78% para casos leves e 100% para moderados ou graves, ou seja, ninguém dos 12 mil voluntários que participaram do estudo, incluindo servidores campineiros da Saúde, foi a óbito ou precisou de internação em UTI. Era uma ótima notícia, comemorada com toques de mãos, todos devidamente de máscaras. A emoção era nítida. Alguns choraram. Esse vídeo, portanto, acabou sendo uma referência do bem-sucedido experimento, o que abriu as portas, finalmente, para que a CoronaVac entrasse no Programa Nacional de Imunizações do SUS. A semana passada fechou com o anúncio de que o Ministério da Saúde assinou contrato com o Instituto Butantan para adquirir até
100 milhões de doses da vacina. O contrato, segundo reportagem da Agência Brasil, envolve a compra inicial de 46 milhões de unidades, prevendo a possibilidade de renovação com a aquisição de outras 54 milhões de doses posteriormente. Esse modelo foi adotado pela Pasta pela falta de orçamento para comercializar a integralidade das 100 milhões de doses. A perspectiva do Ministério da Saúde é que sejam disponibilizadas em 2021, no Brasil, até 354 milhões de doses. Este total deve ser formado por lotes importados da
Índia (Astrazeneca), Fiocruz, Covax Facility e CoronaVac.
O Brasil não começou bem esse processo. Outros países já estão vacinando as suas populações, a maioria priorizando as faixas de maior risco. O País está atrasado, mas pode compensar essa perda com a capilaridade e estrutura do SUS. Isso, se a política não atrapalhar.

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