Entenda o que é o racismo estrutural que atingiu o apresentador da Globo Pedro Lins

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O caso de racismo estrutural que atingiu o jornalista Pedro Lins, apresentador do NE1, da TV Globo, motivou um debate sobre o tema. Uma publicação do âncora do telejornal sobre o assunto viralizou no Twitter nesta quinta (5).

Ao g1, a presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), Débora Gonçalves, afirmou que o racismo estrutural fica configurado quando a ordem jurídica, política e econômica preserva “os privilégios brancos” e cria condições de prosperidade para apenas um grupo.

“Vendo o relato do caso [de Pedro Lins] fica muito nítido que o que ele sofreu. Faz parte do racismo estrutural que a gente fala que existe no Brasil. É quando se acredita que toda pessoa de pele negra está em situação de vulnerabilidade. Então, você nunca enxerga aquela pessoa em uma situação de poder, em uma situação econômica equivalente à de uma pessoa branca”, afirmou.

 

Débora Gonçalves reforçou que o racismo estrutural mantém quem tem a pele negra à margem da sociedade. Ela também disse que, estruturalmente, o Brasil é fundado em prol do racismo.

“Quando acabou a escravidão [no fim do século 19], os negros foram colocados à margem. Foram substituídos por pessoas brancas e europeias pagas para vir para o Brasil trabalhar ganhando, enquanto as pessoas negras que foram libertas ficaram à margem da sociedade. Foram se formando guetos, que é hoje o que a gente conhece como as favelas né? As favelas nada mais são do que a resistência”, disse.

A partir do relato de racismo estrutural praticado contra Pedro Lins, diversas pessoas contaram, no Twitter, situações semelhantes em estabelecimentos de todos os tipos, fazendo com que diversas marcas usassem seus perfis oficiais para pedir desculpas e tentar entender o que aconteceu em cada caso.

“Passei também por situação parecida. E tudo isso faz parte desse racismo estrutural, pois vem dessa estrutura histórica, que, infelizmente, ainda é muito mascarada no Brasil. Quem tem pele negra, todos os dias, acaba tendo que passar por esse tipo de situação”, lembrou Débora Gonçalves. Ela ressaltou a importância de ter pessoas negras em posições de destaque, como o âncora do NE1. “O que a gente tem que fazer é continuar lutando, continuar ocupando. Por isso, é tão importante a representatividade de pessoas negras nos espaços de poder, como apresentadores, e trabalhando em novelas como protagonistas”, disse.

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