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Uma jovem de 23 anos que enfrenta um tipo grave de leucemia está apreensiva com a falta de medicação para tratar a doença. Segundo a família da estudante Ávila Correia, ela precisa realizar um de um tratamento que custa R$ 1,7 milhão e há quatro meses está internada na UTI do Hemope, no Recife, à espera do medicamento, que deveria ser fornecido pelo estado.

Após duas decisões judiciais, foram entregues sete, dos 19 frascos do remédio, chamado Besponsa, na sexta (26). Cada um deles custa R$ 90 mil.

Em entrevista ao g1, a irmã de Ávila, Adna Maria Correia, contou que, quando foi internada, em fevereiro, a jovem chegou a tomar três doses, que foram doadas por outra paciente antes de morrer.

“A gente iniciou o processo para continuar o tratamento, mas houve toda essa demora por parte da Justiça para acontecer a liberação da medicação. Ou seja, desde fevereiro a gente vem nessa espera. Mas hoje foi que liberaram os sete frascos que o estado tinha em mãos há um bom tempo. E agora o processo continua porque faltam 12 frascos”, disse Adna Maria.

 

Ainda segundo Adna, embora tenha tomado as doses recebidas em doação, como houve recidiva da doença, Ávila terá que tomar as 19 doses previstas desde o início do tratamento. Durante o processo judicial, Ávila fez um apelo nas redes sociais pedindo ajuda para conseguir a medicação “Já estou em risco de morte há muito tempo. Tive a sorte de ganhar três frascos de medicamento, mas isso faz muito tempo e já acabou”, disse.

Dois anos de doença

Ávila foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda tipo B (LLA) em 2021 e, desde então, faz tratamento no Hemope. Antes da doença, a jovem tinha se mudado, com a irmã, de Afogados da Ingazeira, no Sertão do estado, onde morava com a família, para estudar psicologia no Recife.

Em fevereiro deste ano, o quadro de saúde dela piorou e ela precisou ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hemope.

Quase quatro meses depois, no dia 19 de maio, o juiz Luiz Gomes da Rocha Neto determinou que o estado fornecesse a medicação nos termos prescritos pelo receituário médico, incluindo os 19 frascos, e liberasse as sete doses que, de acordo com a decisão, já estavam no estoque.

O prazo dado para que a decisão fosse cumprida foi de até 48h, sob pena de multa diária de R$ 500 a R$ 30 mil reais. Na quinta (25), uma nova decisão judicial ordenou que o governo do estado comprovasse que o tratamento foi iniciado, sob pena de bloqueio de valores das contas públicas.

“É um remédio muito caro. A família não tem como pagar. O estado tem essa obrigação e está se negando”, afirmou a advogada Andréa Nelby.

A família está ansiosa para que Ávila tome a medicação indicada, pois, só assim, ela poderá fazer o transplante de medula, que será doada por seu pai.

“Estou esperando só chegar essa hora. Eu, como pai, tenho maior prazer de salvar a vida da minha filha”, disse Amilton Correia.

O que diz o governo

 

Procurada pela TV Globo, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que:

  • Os sete frascos já entregues são suficientes para dois meses de tratamento;
  • Os 12 frascos restantes serão entregues, aos poucos, para reduzir o risco de perdas.

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